por Carlos Pedrosa
O mundo dos negócios é uma verdadeira guerra e, como em todas as guerras, vence aquele que melhor sabe neutralizar a força e o movimento dos adversários (concorrentes), favorecer o movimento de suas forças (seus vendedores), bem como utilizar o potencial de suas armas (sua tecnologia), ocupar os espaços estratégicos (de mercado) e minar a frente de batalha (sua área de abrangência) com seus projéteis (seus produtos). Em muitos casos, fica evidente a necessidade de repensar a empresa e levá-la a um outro posicionamento que leve em conta diferentes realidades. A ação de uma organização, em qualquer nível, ocorre em uma determinada área de abrangência, que pode ser um bairro, cidade, estado, região, ou mesmo, um país ou muitos países de um ou de vários continentes. Nessas áreas, deve-se levar em conta o ambiente de negócios, que muda constantemente. Esse ambiente envolve, sofre a influência e interfere em uma grande diversidade de aspectos, como pessoal, clientes, fornecedores, concorrentes, tecnologia, finanças, governo, legislação, meio ambiente, comunidades, etc., cuja interação não pode ser ignorada. Nesse cenário, com constantes oportunidades e ameaças, as pequenas decisões poderão influir em grandes resultados. Mais do que isso, assim como na guerra militar, ocupar ou não uma posição hoje poderá influir, de modo positivo ou negativo, no desempenho da organização em um futuro próximo ou dentro de 5, 10 ou 15 anos. Nessa época de globalização, de mudanças rápidas e transformações inesperadas, chegar primeiro não é apenas uma estratégia de competição, mas, antes de tudo, uma questão de sobrevivência.
As necessidades – É aqui que o empresário tem necessidade da formulação e implantação do planejamento estratégico, com definição de objetivos, políticas e estratégias. Aqui serão fixados, por exemplo: o foco da organização; os objetivos de curto, médio e longo prazo; a política de pessoal, de preços, comercial, de relações com a comunidade, de investimentos, de produtos; estratégia de competição, de crescimento; qual seu verdadeiro produto, qual a essência do negócio e uma série de meios para atingir os objetivos da organização, como os planos táticos. Por exemplo: uma empresa de aviação comercial poderá definir o seu negócio como sendo transporte aéreo de passageiros, ou transporte aéreo de carga, ou de passageiros e carga. Também poderá adotar uma visão estratégica mais abrangente e definir o seu negócio como transporte. Desse modo, ela se situará em um leque mais amplo de oportunidades, que incluirão a conexão avião–caminhão, ou caminhão–navio, ou avião–caminhão–navio, etc. As oportunidades são imensas em qualquer ramo de negócio, mas as organizações precisão estar preparadas.
O grande conteúdo – Segundo Philip Kotler, "o planejamento estratégico e uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização, visando maior grau de interação com o ambiente". Como direção, compreende-se o estabelecimento do âmbito de atuação, as macropolíticas, as políticas funcionais, a filosofia de atuação, a macroestratégia, as estratégias funcionais, os objetivos funcionais e os macroobjetivos. O grau de interação entre a organização e o ambiente – que pode ser positivo (favorece a organização), negativo (prejudica a organização) ou neutro (não favorece nem prejudica a organização) – é uma variável dependente do posicionamento e do comportamento estratégico assumido pela organização. A premissa do planejamento estratégico é de que as organizações desejam crescer e se desenvolver – física e economicamente – no sentido de uma evolução positiva e lucrativa para o futuro. O processo de crescimento e desenvolvimento, porém, não é tão simples, visto que a ambiência de mudanças contínuas exige da organização uma capacidade de inovação e adaptação constante. A adoção do planejamento estratégico requer uma mudança bastante significativa na filosofia e na prática gerencial da maioria das organizações – públicas ou privadas. O planejamento estratégico não é passível de ser implantado por simples modificações técnicas nos processos e instrumentos decisórios da organização. É, antes de tudo, uma conquista organizacional que se inicia a nível de mudanças conceituais da gerência, resultando em novas formas de comportamento administrativo, além de novas técnicas e práticas de planejamento, controle e avaliação.
O processo do planejamento estratégico e, para muitas empresas, o último caminho e a última porta para a sobrevivência. Então, estabelece-se o plano estratégico, englobando toda a organização: os planos táticos, que se relacionam com as diversas áreas (marketing, financeiro, produção, recursos humanos, etc.) e os planos operacionais (plano de vendas, de investimentos, de produção, etc.), que se destinam a operacionalizar os planos táticos. Com isso, a empresa estará sendo dotada de um instrumento e uma visão de vanguarda que lhe permitam melhor se situar em um ambiente extremamente competitivo e, muitas vezes, agressivo. O posicionamento estratégico da organização poderá ser o grande diferencial e um passo decisivo para a liderança, seja qual for o seu porte, seu ramo de atividades, sua área de abrangência e o ambiente de negócios. Com o posicionamento e a visão estratégica, a empresa poderá fixar o rumo das suas ações, definir quais os seus projetos e como desenvolvê-los. É esse o procedimento das organizações vitoriosas. Com um adequado planejamento estratégico, a empresa se posicionará bem melhor e aumentará seus resultados mais que o custo dos serviços que forem contratados. Isso também será uma questão de estratégia.
Extraído da revista VENDAMAIS - MOTIVAÇÃO 17/08/2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário