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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dudalina: do pequeno comércio à grande indústria

Camisaria tem as relações com funcionários, fornecedores e clientes, como segredo de seu sucesso.

No interior de Santa Catarina, um casal com 16 filhos vivia do lucro de uma pequena loja de “secos e molhados”. A história seria uma típica cena da vida no campo se não fosse um erro que se transformou em oportunidade e, mais tarde, fez com que todos aqueles irmãos assumissem uma das maiores camisarias da América Latina, a Dudalina.

Hoje, com 53 anos, a empresa produz dois milhões de peças de roupa por ano e está presente em 1.800 pontos-de-venda do Brasil com suas três marcas. Seus produtos chegam a 50 países, fazendo da Dudalina a responsável - até o ano passado - por 70% das exportações de camisas do Brasil, faturando cerca de 10 milhões de dólares nessa atividade. A fabricante também é responsável por parte da produção de grifes como Daslu, Brooksfiled e Zara.

Para alcançar esse resultado e expandir seus negócios, a marca investe em marketing e em pessoas. “O segredo do nosso sucesso são as pessoas e o carinho que temos por elas”, garante Rui Leopoldo Hess de Souza, que junto com sua irmã Sônia Regina comanda a empresa. Além disso, externamente, o executivo garante que para o sucesso das vendas é necessário investir em planejamento de Marketing para fazer com que as três marcas da Dudalina sejam desejadas.

Consolidação das marcas

A produção de blusas na lojinha da família começou quando uma compra errada de tecido fez encalhar por mais de um ano o material que se transformaria no pontapé inicial da camisaria. Desde então a Dudalina percorreu um grande caminho até consolidar as suas três marcas: a Base, a Individual e a Dudalina.

Focada nas classes A e B, a marca com que leva o nome da empresa tem como alvo homens de negócios acima dos 40 anos. A Individual é a que mais vende e tem um produto mais casual e foca em um consumidor um pouco mais novo, enquanto a Base busca atingir os jovens. “Criar um personagem que transmita a ideologia de cada uma dessas etiquetas é essencial para que o público se identifique com elas”, garante o Diretor de Varejo e Exportação da Dudalina em entrevista ao Mundo do Marketing.

Para isso, a cada coleção a empresa aumenta os investimentos em Marketing. Entre as ações para o grande público está a parceria com a Rede Globo no fornecimento de roupas que vestem, muitas vezes, um mesmo personagem durante toda a novela. Mas, o mais importante para a empresa é fortalecer seus valores junto ao consumidor e os parceiros comerciais, trabalhando ideias que atraem aqueles que se identificam com a natureza da Dudalina.

Relacionamento e Valores

Entre os principais valores citados pelo profissional estão o investimento em relações pessoais e projetos ligados à sustentabilidade.  Internamente, ações fortalecem diálogo com funcionários, clientes e fornecedores. “O consumidor atual procura empresas com as quais seus valores se identifiquem, por isso investimos em ações que valorizam nossos ideais”, afirma Hess.
Para os empregados da fábrica, são priorizadas atividade como incentivo à formação acadêmica, aproximação entre presidência e empregados, proximidade da família do funcionário com a empresa, Programa de Participação nos Resultados e atividades de entretenimento. Já com os fornecedores e clientes, a Dudalina realiza fóruns em que transmite e treina toda a cadeia para que todos estejam alinhados com os valores que são pregados dentro da empresa. “Temos carinho com quem se relaciona com a gente, pois com relações verdadeiras a gente consegue trabalhar muito melhor”, afirma Rui Leopoldo.

A empresa também realiza o Programa Fã Clube da Camisa, destinado aos vendedores de lojas que comercializam as marcas da Dudalina. Os produtos da empresa vêm com selos que podem ser juntados e trocados por outras camisas. No passado essa ação distribuiu 10 mil peças. Além disso, viagens e brindes são dados também como prêmios aos comerciantes.

Negócios

Embora atualmente Rui e Sônia sejam os únicos da família que comandam a Dudalina, todos os 16 irmãos já trabalharam na empresa. Hoje a família se reúne para discutir negócios apenas nos conselhos que definem as estratégias de crescimento e de atuação da companhia que mexem com os investimentos dos negócios que pertencem a todos. Todas essas relações são reguladas por um estatuto que coordena sucessão e participação de filhos e netos.

Entre os planos decididos para a empresa este ano estão a diminuição da exportação e a expansão da rede de lojas Dudalina Concept, que comercializam as três marcas da companhia.  Essas ações devem resultar em um crescimento de 15% no fim de 2010.

A exportação começou na década de 1970 e até o ano passado trazia 10 milhões de dólares para a marca, mas agora deixou de ser o foco da Dudalina e deve contribuir em apenas três milhões no faturamento deste ano. “O Brasil não tem muito acordos comerciais favoráveis, isso dificulta o nosso trabalho”, explica Hess. Por isso a empresa deixou de exportar para os Estados Unidos e Europa e, por enquanto, concentra suas atividades no Paraguai, Venezuela e Argentina.

Mesmo com o desfalque de alguns milhões de dólares, as previsões da Dudalina são otimistas. A empresa pretende crescer dois dígitos contra 5% do ano passado. Esse resultado se deve, em grande parte, ao investimento em lojas da marca, com seis inaugurações ainda em 2010. ”Fazemos investimentos, mas sabemos que nossos resultados se devem mesmo às relações que construímos com as pessoas”, completa o profissional.

Este artigo foi originalmente publicado no site Mundo Marketing, por Rayane Marcolino.

O que o caso New Coke ainda pode ensinar

Confira reportagem sobre a diferença entre mudança de produto e mudança de comportamento com o caso da rivalidade entre Coca-Cola e Pepsi.

Quando a Coca-Cola anuncia um lançamento o mercado agita até a bolsa de valores. A expectativa é grande e o sucesso é quase certo. Sim, quase. Não foi bem isto o que aconteceu em 1985, quando a multinacional conheceu o seu maior fracasso: New Coke. O refrigerante tradicional sofreu alterações em sua fórmula com o objetivo de superar a concorrente em vendas, já que a promoção “Desafio Pepsi” ameaçava a preferência dos jovens por Coca-Cola.

A trapalhada se concretizou quando a empresa obteve o resultado de uma pesquisa com cerca de 200 mil americanos. A fórmula da New Coke foi aprovada pela maioria e o produto foi lançado com grande expectativa no país. Com sabor mais doce e semelhante ao produto concorrente, o mercado americano recebeu bem a New Coke -  que até teve um bom desempenho em vendas no início -, mas não esperavam que a original fosse substituída.

Sem a Coca-Cola tradicional nos pontos de venda, os americanos se revoltaram. Protestos e cartas se multiplicavam na sede da empresa. Até o presidente da companhia na época, Don Keough, fez um pronunciamento afirmando que “nem dinheiro e nem pesquisas puderam medir os laços emocionais e a paixão que os consumidores tinham com a Coca-Cola original”.

Fórmula equivocada

Este caso mostra que, mesmo baseado em resultados de pesquisa, é importante perceber o mercado e, principalmente, conhecer o consumidor. O erro de interpretação dos dados colhidos foi fundamental para o fracasso de New Coke porque o consumidor sempre buscará novas opções. “O erro foi buscar o atributo do ‘novo’ quando a marca é regida pela tradição e lançar a New Coke não como extensão, mas substituindo o tradicional”, acredita Eduardo Tomiya, Diretor Geral da BrandAnalytics, em entrevista ao Mundo do Marketing.

Outro fator que contribuiu para os protestos foi o comportamento do consumidor naquela época. Mais tradicionais do que hoje, na década de 1980 as pessoas eram menos abertas a novidades. “Hoje as marcas agregam produtos ao seu portfólio. Ele pode até não estourar, mas a empresa usará como imagem de marca. No caso de New Coke, este era um refrigerante substitutivo”, explica Elizabeth Salmeirão, Diretora de varejo da TNS International Research, em entrevista ao portal.

Três meses após o lançamento equivocado de New Coke, a multinacional voltou atrás e relançou o produto original batizado de Coca-Cola Classic. Certa ou não, esta estratégia parece ter sido a mais sensata do projeto. “Reconhecer o erro reforçou o atributo de tradição da Coca-Cola, que foi pressionada a fazer isso de forma rápida. O ativo da marca não poderia ser mexido”, diz Eduardo Tomiya.

O Pedido de Desculpas

Em pronunciamento, o presidente da Coca-Cola na época fala porque a empresa resolveu trazer de volta o sabor original do refrigerante. O executivo afirmou que nem dinheiro e nem pesquisas puderam medir os laços emocionais e a paixão que os consumidores tinham com a Coca-Coca original. Os consumidores exigiam o sabor da marca de volta e “queriam logo”. O presidente leu a reivindicação de consumidores como “Mudar a Coca-Cola é como se Deus mudasse a grama para a cor roxa” e pede desculpas aos consumidores.

Coca X Pepsi

O lançamento de New Coke, segundo especialistas, teve respaldo em uma promoção da Pepsi que perguntava aos jovens americanos se eles gostariam de continuar consumindo o refrigerante que seus pais bebiam. Com a maioria de respostas negativas, a Coca-Cola entendeu que sua concorrente levava vantagem sobre ela principalmente pelo mote “The Choice of a New Generation” (A Escolha da Nova Geração), lançado em 1984.

A reação equivocada da Coca-Cola, porém, desencadeou todo o processo. “Já que a nova geração preferiu um novo sabor, a Coca-Cola mexeu no produto acreditando não estar mais agradando. A marca achou que a campanha da Pepsi falava de sabor, mas era de comportamento”, afirma Marcelo Boschi, professor de Branding da ESPM-RJ, ao Mundo do Marketing.

Mesmo diante de um case de insucesso, a empresa ganhou força no mercado mundial. “Com este erro, ficou claro para o mercado e para as pessoas como não ser arrogante porque o risco pode ser danoso”, acrescenta Tomiya, da BrandAnalytics. “A ideia errada que muitas empresas têm é de que se o produto é mal visto, basta copiar a marca líder para que o consumo seja aumentado”, completa Boschi, da ESPM.

Este artigo foi originalmente publicado no site Mundo Marketing, por Thiago Terra.

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